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6 milhões de brasileiros viveram 5 meses sob calor extremo em 2024

Levantamento mostra que 111 cidades tiveram mais de 150 dias de temperaturas máximas acima do visto em anos recentes. Impacto foi maior no Norte do Brasil.

Bruno Gomes
Por: Bruno Gomes Fonte: Poliana Casemiro, g1
05/02/2025 às 09h33
 6 milhões de brasileiros viveram 5 meses sob calor extremo em 2024

Mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo em 2024 – um ano marcado como o mais quente da história da Terra. Levantamento exclusivo feito a pedido do g1 aponta que, no total, 111 cidades brasileiras tiveram mais de cinco meses, que equivalem a 150 dias, ainda que não corridos, sob calor extremo. Isso significa temperaturas que muitas vezes ultrapassaram os 40°C.

Mas o calor atingiu todo o país: todas as cidades brasileiras enfrentaram ao menos um dia com temperaturas máximas extremas.

O levantamento considerou informações de 5.571 municípios brasileiros. Pouco mais de 100 ficaram de fora, o que inclui as capitais João Pessoa e Recife. Segundo a pesquisadora do Cemaden Márcia Guedes, que fez parte do levantamento, isso ocorre porque ao coletar os dados do satélite, a resolução não conseguiu alcançar algumas cidades na faixa litorânea.

As altas temperaturas explicam o cenário do Brasil no ano passado:

- O país viveu a pior seca da sua história, que afetou todo o território nacional, mas foi mais grave no Norte, deixando rios secos e populações isoladas, sem acesso a serviços básicos;
- O Brasil viu queimar mais de 30 milhões de hectares, o que é quase o tamanho da Itália, em 2024. O fogo é reflexo de ação humana, mas a proporção é consequência da falta de umidade, resultado das altas temperaturas.
- Houve recorde de dengue: foram mais de 6 milhões de casos da doença, que é favorecida pelo calor.
- Pela primeira vez, especialistas identificaram uma região de clima árido no Brasil.

Os estados mais afetados foram Pará, Ceará, Tocantins, Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão.

O ano de 2024 deixou um alerta para o país: temperaturas extremas não são um evento isolado, mas parte de uma tendência que exige atenção e ação para mitigar seus impactos.

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